Já passava da
meia-noite quando ele finalmente saiu da danceteria, logo depois de uma loira
de cabelos cacheados. De início, achei que não tinha nada de mais nisso, mas
logo percebi que ele a estava seguindo. Quando ela transformou seu passo
apressado em uma corrida, tive certeza de que isso não poderia acabar muito
bem.
Das sombras eu os
observava. Do alto dos prédios, para ser exato. Anos de prática levaram a uma
destreza sem igual. Quando o parkour virou
febre no mundo, eu sabia que tudo o que ele poderia me conceder eram novas
formas de fazer aquilo que eu sempre fiz. Acompanhei seu movimento pulando
silenciosamente de um prédio a outro, permitindo que meu sobretudo esvoaçasse
às minhas costas e agradecendo a Deus pelas ruas de Megalópolis serem quase
completamente tomadas por prédios próximos e de alturas aproximadas.
Quando a mulher
virou a esquina para entrar em um beco, descobri que havia chegado a hora de
agir. Ela provavelmente não conhecia o lugar, mas eu sabia que aquele era um
beco sem saída e ela daria de cara na porta dos fundos da antiga fábrica de
materiais de construção. Não adiantava bater na porta nem fazer escândalo: a
fábrica já havia fechado há mais de seis horas e a segurança era mantida
eletronicamente, de modo que ninguém a ouviria.
Escorreguei por
uma calha até o chão enquanto ele chegava mais perto dela. Pude ouvir seus
choramingos desesperados enquanto ela implorava ao rapaz que não a estuprasse.
O homem riu, fazendo-a ficar um pouco confusa, mas eu sabia que ele não a
estupraria. Não era esse seu objetivo.
Puxei meu fuzil de
longo alcance, olhando pela mira estereoscópica esperando pelo momento certo,
afinal de contas, era a ele que eu deveria matar, e não ela. Ele a encurralou
na parede da fábrica com os braços e levantou a cabeça pronto para atacá-la, os
caninos retráteis já à mostra. Um estrondo depois e a pobre moça, antes
impecável, agora encontrava-se encharcada de sangue. Do sangue dele. Do sangue
de seus miolos que, agora, encontravam-se espalhados por todas as paredes à sua
volta, enquanto o corpo morto jazia no chão.
Meu nome é Romero
e eu sou um caçador de vampiros. É isso o que eu faço.
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