sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Crônica Nerd #9: Noite Sangrenta - Parte 4/4


[Leia a Parte 3]


 Apenas algumas poucas coisas podiam matar um vampiro para sempre. Entre elas, as mais divulgadas eram o alho e o sangue de outro vampiro. Balas com carga de alho eram distribuídas pela Inquisição a qualquer caçador que precisasse. Sangue de vampiro era o que não faltava ali. 

 Com minha adaga em punho, comecei a fatiar vampiros, cortando cabeças e membros a cada ataque. Não era necessário mirar em nenhum ponto específico pois, ao contato do sangue de outro vampiro, os corpos dos vampiros pareciam começar a fervilhar e desintegrar. O alho era ainda mais mortal, pois paralisava no ato e, em seguida, causava o mesmo efeito do sangue, mas eu não arriscaria puxar meu fuzil e atirar em um companheiro por descuido.

 Ao longo do quartel general, eu podia ouvir diversos gritos: ora de caçadores, ora de vampiros. Vez ou outra eu escutava um tiro, certamente disparado por uma arma de menor calibre, perfeita para atirar à queima-roupa. Em um momento, um vampiro conseguiu agarrar meu braço e enfiar os caninos nele, mas foi logo repelido por um tiro disparado por um companheiro próximo. Não fiquei muito preocupado, pois sabia que apenas o sangue vampírico em uma quantidade razoável era capaz de transformar um humano em vampiro.

 Aquela deve ter sido a maior chacina de vampiros da história. Alguns de nossos companheiros caíram, cortados pelas presas vampíricas, esmagados pela força sobrehumana que a transformação concede, ou mesmo atingidos por fogo amigo. Porém, no final da noite, não sobrou sequer um único vampiro de pé.

 Decidimos que seria melhor queimar o galpão inteiro para encobrir qualquer prova que a polícia pudesse recolher. Ainda que não identificassem o sangue vampírico e as presas retráteis, uma chacina em um galpão abandonado não era exatamente o tipo de rastro que gostaríamos de deixar. Nos dias seguintes, eu logo descobri, o incêndio foi atribuído à maldição do local e o caso foi tido como encerrado.

 Proferimos uma breve oração por nossos amigos caídos, cada um de acordo com sua própria religião, antes de acender o fósforo que, por meio do combustível espalhado, desencadearia a combustão do galpão inteiro.

 Meu nome é Romero, e eu sou um caçador de vampiros. É isso o que eu faço.


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