[Leia a Parte 3]
Apenas algumas
poucas coisas podiam matar um vampiro para sempre. Entre elas, as mais
divulgadas eram o alho e o sangue de outro vampiro. Balas com carga de alho
eram distribuídas pela Inquisição a qualquer caçador que precisasse. Sangue de
vampiro era o que não faltava ali.
Com minha adaga em
punho, comecei a fatiar vampiros, cortando cabeças e membros a cada ataque. Não
era necessário mirar em nenhum ponto específico pois, ao contato do sangue de
outro vampiro, os corpos dos vampiros pareciam começar a fervilhar e
desintegrar. O alho era ainda mais mortal, pois paralisava no ato e, em
seguida, causava o mesmo efeito do sangue, mas eu não arriscaria puxar meu
fuzil e atirar em um companheiro por descuido.
Ao longo do
quartel general, eu podia ouvir diversos gritos: ora de caçadores, ora de
vampiros. Vez ou outra eu escutava um tiro, certamente disparado por uma arma
de menor calibre, perfeita para atirar à queima-roupa. Em um momento, um vampiro
conseguiu agarrar meu braço e enfiar os caninos nele, mas foi logo repelido por
um tiro disparado por um companheiro próximo. Não fiquei muito preocupado, pois
sabia que apenas o sangue vampírico em uma quantidade razoável era capaz de
transformar um humano em vampiro.
Aquela deve ter
sido a maior chacina de vampiros da história. Alguns de nossos companheiros
caíram, cortados pelas presas vampíricas, esmagados pela força sobrehumana que
a transformação concede, ou mesmo atingidos por fogo amigo. Porém, no final da
noite, não sobrou sequer um único vampiro de pé.
Decidimos que
seria melhor queimar o galpão inteiro para encobrir qualquer prova que a
polícia pudesse recolher. Ainda que não identificassem o sangue vampírico e as
presas retráteis, uma chacina em um galpão abandonado não era exatamente o tipo
de rastro que gostaríamos de deixar. Nos dias seguintes, eu logo descobri, o
incêndio foi atribuído à maldição do local e o caso foi tido como encerrado.
Proferimos uma
breve oração por nossos amigos caídos, cada um de acordo com sua própria
religião, antes de acender o fósforo que, por meio do combustível espalhado,
desencadearia a combustão do galpão inteiro.
Meu nome é Romero,
e eu sou um caçador de vampiros. É isso o que eu faço.
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