sexta-feira, 8 de julho de 2011

Crônica Nerd #6: O Caminho Final - Parte 2/5


[Leia a Parte 1]


 Naturalmente, quando perguntei para o capitão Dúijan o que deveria fazer, ele disse que, se o código vinha de Nemico, este era apenas mais um motivo para eu decifra-lo. Rá. Como se eu não soubesse suas verdadeiras intenções.


 O problema agora era outro: saber suas verdadeiras intenções é uma coisa. Provar que estou certa sem parecer uma tola e salvar o planeta sem parecer uma assassina é outra coisa bem diferente.

 Procurei em cada pedaço do código ainda parcialmente decifrado para tentar encontrar algo que o ligasse ao capitão. Não encontrei nada. Aquele código era complicado de propósito: não servia só para confundir o programador e faze-lo acreditar que nada de mal vai acontecer, mas também servia para despistar qualquer um que tentasse descobrir quem era o real mandante do crime. O nome "Nemico" vinha estampado na linha 115, mas é óbvio que nenhum comando que eu desse me faria encontrar a palavra "Dúijan" no meio do arquivo.

 Outro problema de presente para a Dowa: se eu sou a melhor programadora da estação espacial, e possivelmente do planeta, já que fiquei em primeiro lugar no concurso de seleção, e se nem eu estava conseguindo encontrar qualquer prova de que, se o planeta fosse invadido por Nemico, a culpa seria do capitão Dúijan, como eu poderia mostrar a todos, inclusive a mim mesma, que eu estava certa?

 Foi então que me veio a luz. Rapidamente muni-me de meu computador portátil e, através de um cabo, transferi o código da base de dados da estação para ele.

 "Comandante", disse eu, com uma voz simuladamente fraca. "Acho que os ovos que comi no café da manhã me fizeram mal. Será que o senhor se importa se eu continuar decifrando este código de um lugar onde eu possa respirar melhor?"

 "Mas é claro que não, minha cara", disse o comandante, com uma expressão paternal que, só então, eu percebi que era falsa. "Mas tente decifra-lo o mais depressa possível, ok?"

 Balancei a cabeça afirmativamente e, com o portátil debaixo do braço, saí da central de computadores da nave. Então, me dirigi para um lugar que não tinha realmente um ar muito melhor para ser respirado, mas que, com certeza, ia me ajudar a chegar aonde eu queria. Não por causa do lugar, mas por causa da pessoa que lá trabalhava.

[Leia a Parte 3]

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Regras para um blog melhor:

1) Não poste comentários ofensivos e nem que contenham palavrões ou qualquer tipo de conotação sexual;
2) Não será tolerado qualquer tipo de preconceito;
3) Não floode;
4) Não anuncie seu site aqui. Nós temos uma área de parceiros dedicada a você. Contate-nos pelo formulário de contato;
5) Seja educado e use o bom senso.