[Leia a Parte 2]
“Ainda que você
queira escrever um livro sobre você, acho que seria bom pegar algumas
referências”, disse Elisa, no dia seguinte, na biblioteca. “Sei lá, pega
algumas biografias ou qualquer coisa parecida”.
Bom, o negócio é que
eu não queria escrever uma biografia. Queria contar um pouco da minha
experiência no mundo dos livros, todas aquelas aventuras que passei ao lado de
figuras incríveis, monstros horrendos e todas aquelas cidades que eu nem
sonhava em conhecer na vida real. Quando expliquei isso para Elisa, ela não
pareceu mudar de ideia.
“Pois então eu sei
exatamente por onde começar”, disse ela, simplesmente. Então, saiu a percorrer
as estantes da biblioteca e só voltou depois de uns quinze minutos. “Pronto”,
continuou, largando um exemplar de um livro que eu ainda não tinha lido sobre a
mesa.
De acordo com a
sinopse, eu não fui o primeiro a pensar em descrever parte de minha vida como
uma aventura fantástica. O livro que Elisa escolhera, no entanto, contava a
história de um menino que, mais tarde, viraria autor e, durante sua infância,
passava por muitas aventuras dentro de sua própria imaginação, e não no mundo
dos livros.
“Mas esse cara não
parece que gosta muito de livros, não é mesmo?”, disse eu e, vendo a expressão
de Elisa, emendei: “Quero dizer, parece que ele fica mais na própria imaginação
do que no mundo dos livros”.
“Como você é tolo,
Ricardo”, disse ela. “Quando você lê um livro, o que é que você usa para se
transportar para dentro dele?”
Ponto para ela,
pensei.
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