Mitos Reais #17: Wendigo

 Cada semana uma nova batalha. Cada semana uma nova vitória. Cada semana uma nova criatura. Cada semana uma nova resposta. Como é possível que seres tipicamente sobrenaturais existam no mundo real? Como a ciência explicaria? Esta é a proposta da seção Mitos Reais, hoje apresentando o temível: wendigo.

O mito

 Wendigo, windigo, weendigo, windago, windiga, witika, wihtikow... Tantos nomes utilizados para definir a mesma criatura, e uma infinidade de lendas também, com provavelmente um único ponto em comum entre todas. O wendigo é uma criatura mitológica impressionante, cujo maior desejo é comer carne humana. Algumas lendas sugerem que ele seja metade humano, metade bicho, como um lobisomem. Algumas dizem que ele completamente animal, ou simplesmente humano. Algumas lendas lhe atribuem uma enorme capacidade física, com força, destreza e agilidade sem igual. Algumas lendas dizem que ele é simplesmente a criatura mais desastrada da selva. Mas todas parecem concordar: o wendigo se alimenta única e exclusivamente de carne humana.

A realidade

 Na vida real, o wendigo é uma criatura que se assemelha bastante com um ser humano, apesar de ser muito peludo. Seu apetite por carne humana ainda é sua característica principal, e ele possui uma certa habilidade em seu ambiente natural, a floresta. Geralmente, os wendigos gostam de viver em cavernas naturais, longe da sociedade, onde guardam os corpos de vítimas capturadas anteriormente enquanto esperam que mais um viajante ou explorador se perca. Quando isso acontece, não há o que segure o wendigo, visto que seu corpo é muito resistente, podendo suportar cortes e perfurações mesmo das armas mais potentes.

A ciência

 Todo wendigo já foi um ser humano comum, de quem herdaram a aparência. A transformação de cara legal a criatura hedionda se dá quando, por necessidade ou por puro depravamento, o humano ingere carne de sua própria espécie. Há uma chance de ou o canibal ou a vítima estarem infectados por um vírus desconhecido, transmitido por um mosquito, vírus este que fica dormindo até que encontre DNA humano nos intestinos do infectado. Quando desperta, o vírus ataca o cérebro do indivíduo, fazendo com que ele passe por um longo e torturoso processo de adaptação à nova vida, durante o qual o humano se muda para a floresta e passa a querer consumir apenas carne humana. A destreza e agilidade em seu novo habitat vem naturalmente com o tempo. Já a resistência sobrenatural se deve ao próprio vírus, que modifica as células dérmicas, fazendo com que se concentrem cada vez mais nas camadas externas, transformando a pele em uma espécie de colete a prova de balas. Os pelos crescem naturalmente, ajudando na aparência animal da criatura, assim como as unhas, que acabam transformando-se em garras.

O esconderijo

 Como uma criatura tão terrível poderia escapar aos olhos de uma sociedade que vive na era do celular com câmera? Bom, em primeiro lugar, o wendigo ainda não foi aceito oficialmente pela ciência por causa de sua raridade. Não é sempre que um ser humano decide virar um canibal, e é ainda mais raro que o canibal ou a vítima estejam infectados pelo vírus, já que o próprio mosquito transmissor encontra-se ameaçado de extinção. Em segundo lugar, o wendigo ainda não foi aceito oficialmente pela ciência por causa de sua fome voraz. Ora, imagine uma pessoa passeando tranquilamente pela selva, procurando um wendigo quando, de repente, ela encontra. As chances são que esta seja sua última visão, antes de levar um golpe que a mate. Em terceiro lugar, o wendigo ainda não foi aceito oficialmente pela ciência por causa do ceticismo. Afinal, se você sair contando por aí que foi o único sobrevivente de um grupo de pessoas que acampava na floresta, e que foi atacado por um wendigo, o que você acha que vai acontecer: o fato será publicado na primeira página de todos os jornais mundiais ou você será internado em um asilo psiquiátrico? Só torça para que o asilo não fique próximo a uma floresta. Quem sabe o wendigo não resolve aproveitar o horário de visitas e terminar o serviço?

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Este post faz parte da seção "Mitos Reais", que é uma seção de ficção. Qualquer semelhança com a vida real pode ou não ser mera coincidência.