sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Crônica Nerd #7: A Máquina - Parte 1/4


 Já passavam das quatro da tarde quando, finalmente, o esquadrão Alfa da equipe Cosmos conseguiu adentrar a base secreta da empresa Futuro Hoje. A equipe Cosmos era uma gangue criminosa caracterizada por sua sede de tecnologia e controle. O esquadrão Alfa da equipe Cosmos era formada pelos três melhores mercenários conhecidos: Ademir, Malvina e Vagner, mais conhecidos como Matador, Ninja e Destruidor.

 "Alfa 1, estou dentro", disse Malvina, a Ninja, por seu comunicador, um aparelho de cobre do tamanho aproximado de um tijolo, por onde ela podia se comunicar com seus parceiros de equipe. "Qual a sua posição?"

 "Estou desativando o sistema de segurança central", respondeu Ademir, o Matador, que, no momento, encontrava-se pendurado em um tubo de ventilação, de cabeça para baixo, usando uma chave de fenda para mexer em uma pequena placa de circuitos. "Dentro de instantes poderá prosseguir para a sala de monitoramento", continuou ele e, depois de uma breve pausa, emendou: "Pronto!"

 "Estou dentro", disse Malvina, entrando na sala de monitoramento, cujas paredes eram cobertas por monitores de tubo, com revestimento de cobre. Os três guardas de segurança que estavam lá foram rapidamente nocauteados pela Ninja. "Estou vendo a porta, mas é tudo o que eu consigo ver. O interior da sala não tem câmeras. Alfa 3, qual a sua posição?"

 "O inimigo já detectou minha presença", respondeu Vagner, o Destruidor. "Estou, neste momento, no corredor principal, onde tem vários dróides de segurança. Coitados", acrescentou, desviando de uma dezena de tiros disparados por robôs de formato humanóide, com quatro pernas de latão e um cano de escapamento cada um, sendo que o cano vinha do ponto onde as quatro pernas se juntavam, percorria todo o corpo dos robôs e terminava no lugar onde deveria haver uma cabeça. As mãos dos robôs eram em formato de armas e disparavam incessantemente contra Destruidor, que cuidou logo de afixar sugadores de bateria em cada um dos robôs, fazendo-os parar de funcionar quase instantaneamente.

 "Estou te vendo", disse a Ninja. "Pegue o segundo corredor da direita. De acordo com as coordenadas, deve haver uma armadilha no chão".

 "Sem problemas", disse o Destruidor, dando um grande salto ao chegar no corredor. "Armadilhas sempre deixam rastros, por mais perfeitas que sejam. Tudo o que você precisa é de um bom olho, como o meu".

 "Alfa 1", disse novamente a Ninja, "Não te vejo. Qual a sua posição atual?"

 "Estou me aproximando da sala de controle central. De acordo com o mapa, há mais algumas placas com circuitos de segurança para serem desativadas por lá".

 "Muito bem. Alfa 3, prossiga até o final do corredor e vire à esquerda", continuou a Ninja. "Alfa 1, há uma câmera militar na sala de controle central. Posso tentar desativa-la, mas não tenho certeza se isso o protegerá dos tiros".

 Neste momento, a Ninja viu, por meio da câmera militar, uma grade metálica sendo jogada em direção ao chão. Em seguida, o Matador apareceu na tela e, utilizando uma pistola de bronze, deu um único tiro na direção da câmera.

 "Tudo bem. Não precisa desativa-la. Bronzong já se encarregou disso", disse o Matador, através do comunicador.

 "Alfa 3, espere por novas instruções", disse a Ninja. "Será necessário desativar um sistema de segurança antes que você entre na próxima sala, ou o prédio todo irá pelos ares".

 "Sem problemas", ouviu-se a voz do Matador pelo comunicador. "Todos os sistemas de segurança já foram desativados. Acredito que já não teremos mais nenhum problema".

 "Alfa 3, entre na sala à sua frente. Há um total de dez câmeras militares nela. Tenha cuidado", disse a Ninja.

 Pelos monitores, a Ninja pôde ver o Destruidor entrar na sala que antecedia aquela porta. No momento seguinte, ele começou a se movimentar rapidamente e começar a disparar com uma pistola de cano longo, aparentemente feita de ouro. Cinco tiros e cinco câmeras destruídas depois, ele correu novamente para fora da sala.

 "A minha Goldeneye é muito boa e extremamente fiel", ele disse pelo comunicador. "Mas comporta apenas cinco balas, o que me dá um arsenal limitado. Quase fui atingido quando precisei sair para recarregar".

 "Sem problemas. Parece que os únicos humanos neste prédio somos nós e os três idiotas aqui aos meus pés. Pode levar o tempo que for necessário", disse a Ninja, observando o Destruidor adentrar novamente a sala e destruir as cinco câmeras restantes. Apenas uma câmera, que era uma câmera normal, ficou intacta na sala. Por ela, a Ninja observou enquanto o Destruidor inseria um pequeno dispositivo cobreado em uma das bordas da porta. No momento seguinte, a porta desabou e o Destruidor entrou na sala.

 "Senhor e senhorita", ele disse pelo comunicador, "nós conseguimos. Encontramos a Máquina".

[Leia a Parte 2]


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