quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Música Nerd #1: Ludwig van Beethoven

 
 Hoje começarei uma nova série de posts aqui no Nerdices a Parte, em parceria com o Nerdicepontocom, que resolvi chamar de Música Nerd. Com esta série, pretendo falar um pouco sobre música (ou melhor, músicos) de um jeito um tanto quando nerd, sempre expressando características interessantes, pontos de vista alternados e algumas outras coisas que surgirem na cabeça. Hoje é o primeiro post, mas fiquem ligados que eu pretendo estar sempre fazendo novos posts para esta série. E para começar, vamos falar um pouco sobre Ludwig van Beethoven, o músico, o gênio, o nerd.

Um pouco de história

 Nascido em 16 de dezembro de 1770, tendo falecido em 26 de março de 1827, Beethoven iniciou sua carreira musical muito jovem, tendo sido obrigado por seu pai a estudar música todos os dias enquanto criança e demonstrado um talento musical excepcional. Aos 11 anos de idade começou a compor suas primeiras peças, atividade que não parou até o momento de sua morte, mas só começou a publica-las quando já tinha 21 anos. Por volta dos 26 anos de idade, Beethoven começou a desenvolver uma congestão auditiva interna, que o foi deixando surdo aos poucos e, muito embora não tenha jamais perdido totalmente a audição, em seus últimos anos seu estado auditivo encontrava-se tão precário que já não podia mais ouvir nem mesmo a plateia que aplaudia vigorosamente a estreia de sua nona sinfonia.


Um pouco de música

 Dentre as diversas obras que compôs, talvez as mais famosas sejam as suas sinfonias número 5 e 9. No entanto, o compositor escreveu muito mais do que isso: 32 sonatas para piano, 16 quartetos de cordas, 10 sonatas para violino e piano, 5 sonatas para violoncelo e piano, 12 trios para piano, violoncelo e violino, entre tantas outras obras.



 Entre suas sonatas para piano, talvez a mais conhecida seja a Sonata ao Luar, que não foi batizada com esse nome, mas simplesmente como Opus 27 nº2. Foi o crítico Rellstab que comparou a música a um luar no lago Lucerna. A comparação "pegou" e chegou até nós.



 Uma sonata também muito interessante, mas não tão conhecida, é a Sonata Primavera, para piano e violino. Geralmente, numa sonata para piano e violino, existem partes onde o violino sola e partes onde o piano sola, mas não é muito comum encontrar diálogos tão belos como estes propostos por Beethoven.



Algumas curiosidades

  •  Em 1825, já quase completamente surdo, Beethoven foi assistir a um ensaio fechado de um grupo que iria executar o seu Quarteto em mi bemol maior op. 127. Um dos violinistas, Joseph Böhm, registrou o episódio: "O infeliz estava tão surdo que não podia ouvir o som celestial das suas próprias composições". Para espanto de todos, porém, Beethoven chamou a atenção do grupo para os menores erros de execução. "Seus olhos seguiam os arcos, e assim ele era capaz de notar as menores flutuações no tempo ou no ritmo, e corrigi-las na hora", anotou Böhn.

  •  Conta-se que um dia Beethoven foi visitar o irmão mais novo, Johann, que a essa altura era um rico e bem-sucedido farmacêutico. Na entrada da mansão, um criado ofereceu-lhe, numa salva de prata, um cartão de visitas onde estava escrito: "Johann van Beethoven, proprietário de terras". O compositor pegou o cartão e, instantes depois, devolveu-o ao criado, após escrever no verso do papel a seguinte anotação: "Ludwig van Beethoven, proprietário de um cérebro". 

  •  Após a morte de Beethoven, foi encontrada em seus papéis particulares uma carta de amor, escrita a lápis, sem qualquer indicação sobre sua destinatária. "Meu anjo, meu tudo, meu eu…", dizia a carta, redigida em tom de lamento. "Esqueceu de que você não é inteiramente minha e de que eu não sou inteiramente seu? Oh, Deus!", gemia Beethoven. Até hoje os biógrafos discutem a identidade da musa secreta. A história rendeu um filme, Minha amada imortal (Immortal Beloved), de 1994, dirigido por Bernard Rose, com Gary Oldman na pele de Beethoven.
  • 9 comentários:

    1. Muito legal seu resumo sobre a vida e obra deste imortal. Sempre me alegra ver os grandes mestres serem divulgados para a molecada pouco interessada em sair de seu mundinho musical restrito.

      Porém, não entendi uma coisa, por que vc diz q Bethoven ou sua música são nerd?

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    2. Rodrigo, obrigado pelo comentário. Respondendo à sua pergunta:
      Imagine um físico nuclear super dedicado às suas experiências. Um físico nuclear tão dedicado que não deixa que nada impeça ou detenha sua paixão pelo que ele faz, nem mesmo a ausência ou quase ausência do sentido que mais lhe auxilia. Esse cara com certeza é um nerd, certo? Agora imagine que, ao invés de físico, ele é músico e, ao invés das complicadas fórmulas matemáticas, ele deve pensar em complicadas fórmulas rítmicas e harmônicas. Pronto: agora você já sabe por que eu disse que Beethoven é nerd. xD

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    3. Fico grato e feliz por dedicar um espaço no seu blog para divulgação de um grande compositor da musica erudita.
      Divulgar é preciso... divulgar os grandes prazeres da musica, também.
      Sou músico violinista e nutro enorme admiração por Beethoven.
      Fica a sugestão : - Que tal postas algo sobre J.S Bach !?

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    4. Alexandre, que bom que gostou! Quanto ao post sobre Bach, pretendo tornar o Música Nerd uma seção semanal. Portanto, siga o Nerdices a Parte e, logo logo, você será notificado quando sair o post sobre Bach. ;)

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    5. Muito bom! Parabéns pelo post. Sou maestro e violiniste. Achei muito legal sua iniciativa. Ótimo texto simples e objetivo, fácil para leitura.

      Visite meu blog: http://blog.boomb.com.br/

      abraços!

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    6. Interessante seu post. Bom que ainda existam pessoas que realmente gostem de música... que escutem além de uma letra, escutem a sonoridade mesmo... E Beethoven certamente expressa muitíssimo bem, senão o que melhor demonstra, a máxima sobre universalidade da expressão musical!


      Abraços,
      Stéphane D.

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    7. ...ah se achar em algum lugar ainda veja o vídeo da nona conduzida por Karajan, da Sinfônia de Berlin. :)
      A melhor composição com o melhor maestro! ;)

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    8. Sem dúvida, pela música e história, a melhor sinfonia é a 9.

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