Como os animais pensam?

 Um tempo atrás, circulava na televisão um comercial alertando fazendeiros e criadores de animais quanto ao risco de mante-los soltos e sem supervisão, especialmente em locais próximos a estradas. O anúncio terminava dizendo "Animais não pensam: Pense por eles". No entanto, vários estudos vem sendo feitos para comprovar que sim, apesar de não pensarem como nós pensamos, os animais também pensam, alguns são mais inteligentes, outros mais burros, mas todos são dotados de pensamentos e, principalmente, emoções. Separamos, aqui, uma lista com alguns animais que todo ser humano conhece, para apresentar aos leitores um pouco da mente animal, que, afinal de contas, não é tão diferente assim da mente humana. Clique em "Leia Mais", se não conseguir visualizar o resto do artigo.

As baratas

 De propósito vamos começar com o animal mais diferente dos humanos, só para exemplificar. Além disso, escolhemos as baratas para começar o artigo pelo fato de serem consideradas, quase unanimemente, nojentas. Uma barata não sabe que é uma barata. Ela não pensa no fato de que é uma barata, não sabe que tem seis pernas, não sabe que tem olhos, ou mesmo que possui antenas, apesar de todos esses fatos serem importantíssimos para sua vida. A barata, apesar de ser o animal mais antigo ainda existente e, provavelmente, o único que sobreviveria a uma guerra nuclear em escala mundial, é, também, um dos animais mais burros do planeta. Uma barata só pensa em duas coisas: se alimentar e sobreviver. Se você fosse uma barata, acordaria pensando na comida que procuraria naquele dia e dormiria pensando na chinelada da qual escapou, apenas isso.

As vacas

 Se você acha que uma vaca é só um bicho que serve pra dar leite e pra fazer um bom churrasco, saiba que elas tem muitos sentimentos. Aliás, as vacas possuem uma característica tipicamente humana, em especial, entre as mulheres humanas: vacas são fofoqueiras. Vacas formam panelinhas, falam mal de outras vacas entre si, guardam rancor de outras vacas e adoram superar desafios. Além disso, vacas possuem tanta capacidade de excitação quanto um ser humano, seja ao aprender alguma coisa nova, seja ao experimentar a sensação do corpo de outro bovino, mesmo que seja apenas outra vaca de brincadeira.

Os macacos

 Macacos, em especial os chimpanzés, são os seres mais semelhantes aos humanos na natureza. Por sinal, chimpanzés são dotados de sentimentos e emoções complexas, como a inveja e a vergonha: um chimpanzé que seja exposto a uma situação vergonhosa em público esconde o rosto com as mãos. Além disso, um chimpanzé não só é capaz de se reconhecer no espelho, como ele pode identificar o que outros chimpanzés estão pensando simplesmente pelo olhar. Às vezes, um chimpanzé evita olhar na direção de uma fruta se outros chimpanzés estiverem com ele só para não precisar dividi-la quando eles forem embora. Além deles, os resos, uma espécie de babuíno asiático, são capazes de sentir pena e compaixão: em um estudo feito com um grupo destes macacos, era colocado ao seu alcance um botão que abria uma porta onde eles tinham comida à diposição, mas também fazia que outros macacos levassem um choque elétrico. Alguns não se importavam, mas alguns deixavam de apertar o botão. Um reso chegou a ficar doze dias sem apertar o botão para poupar um companheiro: estava morrendo de fome. Mas quem surpreende mesmo é um bonobo americano chamado Kanzi, criado pela pesquisadora Sue Savage-Rumbaugh. Apesar de não poder falar, Kanzi utiliza um glossário com símbolos, que representam de substantivos simples (banana, pular) a noções complexas (antes, depois), para se comunicar. Kanzi é até mesmo capaz de conjugar verbos.

Os cachorros

 Na família dos melhores amigos do homem, existe quase uma regra que diz que quanto maior o cão mais inteligente ele é, embora existam algumas exceções. É importante notar, no entanto, que, enquanto um humano reconhece o mundo ao seu redor pelos olhos, um cão reconhece pelo cheiro. Isso explica coisas como um cão cego que não se perde ou o fato de eles não darem a mínima para sua própria imagem no espelho: mesmo que não identifiquem a imagem como sendo deles, sentem apenas o cheiro do espelho, e não o de um outro cão. O olfato aguçado, chamado de faro, lhes concede a habilidade de um detetive: eles sabem exatamente onde você esteve, com quem esteve, o que vocês comeram, se vocês se beijaram, entre outras coisas. Em estudos, foi comprovado que os cães são capazes até mesmo de detectar doenças em seres humanos. Além disso, eles são capazes de detectar pelo olhar das pessoas se elas estão felizes, tristes ou precisando de carinho. Só não se atreva a olhar para um cão feroz nos olhos: ele vai interpretar como um desafio e atacar.

Os gatos

 Meus preferidos particulares esbanjam a esperteza: gatos são capazes de emitir um som semelhante ao choro de um humano recém nascido quando querem comida. Acontece que este choro, instintivamente, causa um sentimento de urgência em humanos, quase forçando-os a alimentarem seus bichanos. Nos testes, os gatos que choravam assim eram, em sua maioria, filhos de único dono. Ou seja, se um gato tem várias pessoas que lhe deem comida, ele não vai se precipitar, mas quando mora com apenas um ser humano, utiliza sua arma secreta para conseguir comida. Além disso, os gatos estão entre os animais domésticos mais inteligentes, sendo capazes, até mesmo, de se virar sozinhos em uma emergência: vão continuar se alimentando sozinhos e fazendo suas necessidades na areia mesmo se os donos não voltarem para casa, desde que saibam o local da despensa. Gatos também são capazes de reconhecer a voz dos donos e, embora não tenham um olfato tão apurado quanto o dos cães, seu cheiro.

Os corvos

 Responda rápido: quando você começou a ler este artigo imaginou que fosse encontrar uma citação aos corvos em seu conteúdo? Se sua resposta foi não, saiba que os corvos estão entre as criaturas mais inteligentes do planeta, perdendo apenas para os primatas e os cetáceos. Corvos são capazes de entortar arames com o bico a fim de fazer um anzol para fisgar peixes. Corvos são capazes de jogar pedras na água a fim de aumentar seu nível, aumentando a acessibilidade, quando estão com sede, inclusive preferindo pedras maiores, que aumentam mais o nível. Corvos são capazes de pegar conchas na praia e jogar de volta ao chão de grandes alturas para quebra-las, ou posiciona-las estrategicamente em uma faixa de pedestres, esperando que um carro passe sobre elas e que o sinal feche, a fim de comer o recheio. Portanto, corvos são capazes de entender que certas ações resultam em determinadas reações. Um raciocínio básico, mas ainda assim um raciocínio.

Os golfinhos

 Se você se surpreendeu com os corvos, prepare-se para se surpreender com os lindos e graciosos mamíferos do mar. Golfinhos, além de possuir uma linguagem própria, se comunicando através de expressões corporais, assobios e fricção da mandíbula, são capazes de aprender linguagens artificiais, através de sons. Em estudos, eles foram capazes até mesmo de diferenciar sequencias de palavras, como "prancha pessoa água", significando que deveriam levar uma prancha a uma pessoa que estava na água, e "pessoa prancha água", significando que deveriam levar uma pessoa a uma prancha que estava na água. Além disso, a língua nativa dos golfinhos é complexa e, até hoje, foi impossível decifrá-la. Mas o que mais surpreende nos golfinhos é o fato de que eles são sádicos: golfinhos se aproximam sorrateiramente de gaivotas que estejam descansando próximas da água, trazem-nas para dentro d'água e, depois de alguns segundos, as soltam de volta na superfície, apenas por diversão. Além disso, não foram poucos os treinadores que repararam um comportamente estranho nos golfinhos, como ataques espontâneos, apenas para causar medo, e simulações de comportamento sexual.


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