sexta-feira, 15 de abril de 2011

Crônica Nerd #3: A Maior Viagem de Todos os Tempos - Parte 3/5


[Leia a Parte 2]

 Eles sentiram novamente todas as sensações que haviam sentido com o primeiro tiro do Raio Temporal. Quando o mundo ao redor deles parou de girar, eles estavam na clareira de algum tipo de floresta, com um mato relativamente alto ao seu redor, e árvores muito peculiares completando o cenário.

 Quando Túlio se levantou, Pablo estava sentado em uma pedra. Enquanto Marcele se endireitava no chão, sentando-se com as pernas cruzadas, Pablo começou a falar:

 "Muito bem, galera. Acho que minha teoria estava certa" começou ele. Houve uma pausa dramática, ao que ele continuou: "Quando o Tux acionou seu Raio Temporal, o feixe de luz emitido realmente começou a manipular o tempo ao redor de Ratini," disse ele, mostrando o ratinho em uma de suas mãos, "mas, exatamente como no jogo aonde foi inspirado, o colar de Maru-Chan causou uma interferência na tecnologia do equipamento," agora, ele mostrava o colar do Chrono Trigger de Marcele "fazendo com que, ao invés de o tempo ser manipulado apenas em volta do ratinho, o tempo fosse manipulado ao redor de toda a área em que estávamos, criando, assim, um vórtice temporal para onde fomos sugados. Resumindo: nós viajamos no tempo".

 "Viajamos no tempo?" repetiu Marcele, trêmula.

 "Ratini?" perguntou Túlio, confuso.

 "Ele precisava de um nome, não é mesmo?" disse Pablo, olhando para o pequeno ratinho em sua mão, que parecia tonto e enjoado da viagem.

 "E precisava ser o nome de um pokémon?" disse Túlio, desdenhoso.

 "Não existe um pokémon chamado Ratini" retorquiu Pablo. "A menos que você esteja se referindo ao Dratini".

 "Eu acho um nome adorável" disse Marcele.

 "Magia!" gritou uma voz que já estava se tornando familiar. Só então eles perceberam que o Raio Temporal não havia sugado apenas os três, mas um quarto ser humano.

 O homem do discurso, aquele que havia tentado atirar neles anteriormente, estava se levantando, olhando assustado para eles. Sua expressão confusa, no entanto, não durou muito tempo, pois foi logo substituído por uma expressão de fúria.

 "Pois pior para vós" disse ele e, neste exato momento, eles sentiram um leve tremor no chão. "Abe Lincoln, de fato, me idolatrará por levar sulinos feiticeiros à fogueira" e houve outro tremor no chão.

 Enquanto o homem empunhava sua espingarda, houve mais um tremor. Ele abriu a boca para falar, mas não conseguiu falar nada porque, depois de mais um tremor, uma grande manada de animais muito estranhos passou correndo pelo espaço que separava o homem dos garotos. Enquanto os tremores se intensificavam, no entanto, um dos animais, percebendo o grupo de humanos ali, parou, olhou para eles e soltou um som que nenhum dos quatro jamais esqueceria, algo parecido com um rugido, mas muito mais gutural.

 "Ai, meu São Spielberg!" disse Pablo, reconhecendo o animal. Parado, na frente deles, estava nada menos do que um velociraptor.

 O homem do discurso pareceu não reconhecer o animal e continuou sua ladainha enquanto o ameaçava com a espingarda. O velociraptor, no entanto, parecia mais interessado em Túlio, Marcele e Pablo. Ele permaneceu olhando para os três, curioso, enquanto parecia tentar se decidir se valia a pena ataca-los, ainda que separado de seu grupo.

 E foi então que ele apareceu: o causador de todos aqueles tremores. Um animal monstruoso, gigantesco, e extremamente selvagem. Se eles acharam que o rugido do velociraptor era de gelar a espinha, é porque eles não sabiam que, segundos depois, estariam escutando o urro de um tiranossauro rex.

 "Mas o que é isso?" bradava o homem do discurso, brandindo sua espingarda. "O que são estes monstros horrendos, seus malditos feiticeiros? Exijo que os recolham já ou atirarei em vós!"

 Infelizmente para ele, ele não teve a chance de atirar neles, já que o tiranossauro, interessando-se de repente na pequena criatura que se remexia alegremente debaixo dele, decidiu que era hora do jantar e, abrindo sua enorme boca, curvou-se até que a fechou em volta do homem, deixando apenas seus membros para fora da boca imensa.

 Mais uma vez, Pablo abismou-se com sua capacidade de pensamento rápido pois, em apenas alguns segundos, ele correu para pegar a espingarda ainda na mão do homem, enquanto ele era levantado para as alturas, atirou no velociraptor pronto para atacar e correu para acionar o Raio Temporal, com Ratini e o colar em suas mãos.

 "Como você..." começou Marcele.

 "É incrível o que você aprende com os games" respondeu Pablo. "Vamos!" e acionou o Raio Temporal.

 Apenas uma fração de segundo antes de ser sugado pelo vórtice, no entanto, Túlio pensou ter visto alguma coisa no céu, atrás do tiranossauro rex. Sua imaginação, ele supôs, o fez pensar que havia visto um gigantesco par de mãos saindo das nuvens, mexendo em alguma coisa parecida com um braquiossauro de argila em tamanho real. Apenas sua imaginação, ele estava convicto.

[Leia a Parte 4]


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