quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Música Nerd #6: Robert Alexander Schumann



 Hoje é quinta e quinta é dia de Música Nerd. Hoje voltaremos a falar sobre música erudita. Acontece que, mais uma vez, resolvi unir o útil ao agradável quando um professor pediu para eu pesquisar algo sobre este brilhante compositor e pianista: Robert Alexander Schumann.

Um pouco de história


 Nascido em 8 de junho de 1810, na cidade de Zwickau, na Alemanha, Schumann não nasceu músico, como pode-se esperar de um grande músico como foi. Filho de August Schumann, um bibliotecário, Robert Schumann teve uma infância dedicada à literatura, tendo lido toda a obra de Shakespeare e obras de outros grandes autores, como Lord Byron, Walter Scott e Jean Paul, tendo tal fascínio por este último que chegou a visitar seu túmulo em Bayreuth. Porém, quando ainda tinha 16 anos de idade, seu pai faleceu, o que causou uma profunda tristeza pela perda. Assim, viajou para Leipzig, a fim de matricular-se em Direito. Mais tarde em Heidelberg, retomou o estudo das leis, inscrevendo-se na cátedra de Justus Thibaut. Todavia, os verdadeiros ensinamentos deste grande filósofo começariam após o horário escolar, quando este se reunia com o aluno para lhe confessar que era a música a sua verdadeira paixão. O fato de ter conhecido a pianista Ignaz Moscheles e o fascínio por Niccoló Paganini acabaram por lhe determinar o destino e, aos 20 anos, passou a dedicar-se inteiramente à música com os professores Heinrich Dorn e Friedrich Wieck , tendo o primeiro lhe ensinado composição e harmonia e o último lhe transmitido o amor pelo piano. Foi também graças a Friedrich que ele conheceu Clara de Wieck, sua filha, grande entusiasta à poesia e ao piano. Somente a grande oposição de Friedrich ao romance dos dois conseguiu adiar o casamento para 1840, quando Robert já tinha 30 anos de idade, tornando assim Clara Schumann em uma respeitada pianista e compositora. Já aos 44 anos, a inflamação auricular que lhe afligia desde a infância se agravou a tal ponto que Robert passou a escutar a nota lá em todos os lugares, fato que o perturbou de tal modo que chegou a tentar o suicídio. Acabou internando-se no Asilo de Endenich, perto da cidade de Bonn, local onde veio a falecer em 29 de julho de 1856.


Um pouco de música

Como já foi dito anteriormente, Schumann, bem como sua esposa, eram excelentes pianistas. Uma belíssima composição que expressa muito bem o caráter pianístico do compositor alemão é esta Sonata para Piano.



 Uma coisa que muitos não sabem é que, na verdade, Schumann aspirava em ser um grande cantor. É claro que ele, sendo muito melhor pianista que cantor, nunca conseguiu grandes trabalhos cantando. Isso não o impediu de escrever peças maravilhosas para a voz, como este dueto entitulado In der Nacht, Na Noite, em uma tradução livre.



 Já uma canção relativamente mais conhecida é esta entitulada Die Beiden Grenadiere, Os Dois Granadeiros, em uma tradução livre. Ela conta a história de dois granadeiros franceses capturados na Rússia em sua jornada para retonar à França, na época de Napoleão.



Algumas curiosidades


  • A obra que Schumann compôs em seus últimos anos de vida não tem o mesmo brilho de seu trabalho anterior, especialmente o dos tempos de mocidade. Por causa disso, alguns amigos do compositor trataram de esconder parte de sua produção, buscando evitar que passassem à posteridade. O violinista Joseph Joachim, seu amigo íntimo, guardou no fundo da gaveta o Concerto para violino e orquestra, composto em 1853 e dedicado a ele. A obra só veio a público no século 20, por iniciativa dos descendendes do artista.

  • Schumann assinou alguns de seus artigos críticos com dois recorrentes pseudônimos: Eusebius e Florestan. Com o primeiro, adotava um tom sensível e poético. Com o segundo, escrevia textos impetuosos e dramáticos. A mesma dicotomia também esteve presente em sua obra musical, na qual algumas peças ora levam a assinatura de Eusebius, ora de Florestan. O que parece ser um interessante recurso estético foi considerado, por alguns biógrafos, sintoma da "dupla personalidade" do atormentado compositor.

  • Durante quase toda a sua vida, Schumann travou violentas batalhas contra seu pior inimigo, chegando a procurar ajuda psiquiátrica para ajuda-lo contra ela: a loucura. Uma frase dita por um de seus amigos e que entrou para a história foi: "Ele ouvia as vozes dos anjos e anotava suas músicas. Mas logo os anjos se transformaram em demônios".


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