domingo, 14 de novembro de 2010

Você gosta de chocolate?

 Então aproveite enquanto pode! O chocolate como conhecemos hoje pode estar com os dias contados. Não acredita? Então acompanhe este artigo.


 O cacau é uma plantinha muito peculiar. Só cresce em regiões quentes que estejam numa área de até 10 graus de latitude do Equador, para o norte ou para o sul, demora para crescer, é facilmente destruída por pragas e, quando isso acontece, é necessário replanejar a plantação inteira e move-la para um novo local. Como se isso já não fosse o suficiente, Costa do Marfim, Gana e Indonésia, líderes mundiais na produção do cacau, são também países tomados por guerras civis e desastres naturais: Costa do Marfim, líder absoluta no cultivo do cacau, tem uma população de menores de 14 anos de até 46% dos habitantes, Gana, a segunda maior produtora do mundo, conta com uma expectativa de vida de apenas 56 anos, e Indonésia foi a vítima do tsunami de 2004.


 Some-se a isso o fato de que cada produtor de cacau recebe, em média, 3 centavos para cada barra de chocolate de 60 centavos e temos um quadro nem um pouco animador para os simpatizantes do doce. Os filhos dos trabalhadores das fazendas de cacau estão desestimulados a seguir a profissão dos pais e têm migrado continuamente para as cidades em busca de melhores empregos e condições de vida. Quem fica, acaba por mudar de ramo e cultivar plantas mais rentáveis, como a palma, utilizada para fabricação de biocombustíveis.


 E ainda tem mais! Sabe a China, o país mais populoso do mundo? E a Índia, o segundo mais populoso? Pois é. Antigamente, o cardápio destes dois países era bem tradicional, sem quase nenhuma influência de fora. Hoje, a população de chocólatras chineses e indianos aumenta a cada dia. Alguém prevê um desastre?


 Tudo isso tem um lado bom: pesquisadores estão desenvolvendo cacaueiros que consigam crescer em regiões mais frias e iniciativas para aumentar o pagamento dos produtores de cacau também estão sendo feitas. É possível salvar o chocolate? Sim. Mas talvez isso encareça e muito o produto final, tornando o chocolate uma iguaria mais cara que o próprio caviar: para poucos, a preço de ouro.


Fonte: Super Interessante

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